Até que enfim chegou o ano da Olimpíada de Língua Portuguesa. Este, certamente, será um ano de muito trabalho, mas com um aprendizado enorme.
Vamos começar? Embarcar nessa viagem é, sem dúvidas, viver uma cultura enriquecedora e cheia de novidades.
Veja o calendário da OLP.
Clique aqui para baixar o Cronograma de atividades no formato pdf.
Santa Rita de Ibitipoca é uma pequena e bela cidade das Minas Gerais, com 3600 habitantes, rica em atrativos
naturais e muito procurada por “ecoturistas”. Participando pela primeira vez da Olimpíada,
a professora trabalhou o gênero Artigo de Opinião com uma turma de 3º ano do Ensino Médio.
O tema escolhido pelos alunos foi "eleições". Nada mais natural em ano eleitoral,
no caso 2012. Mas numa cidade onde todos se conhecem, opiniões políticas e
pessoais podem gerar confusão, o que fez com ela enfrentasse muitas
desconfianças com as atividades. Por isso, exercitou muito a construção de argumentos sólidos,
diferenciando fato de opinião, sempre alertando os alunos para que tivessem
a máxima consciência de que escreviam para o “outro”. Veja como foi.
Meu doce cenário virou bronze
Profa. Juraci Guilarducci Chagas
E.E. Zequina de Paula
Santa Rita de Ibitipoca / MG
"Foi nos bailes da vida" que, certo dia, pus "o pé na profissão"; ainda não tinha
noção da profundeza das palavras de Antônio Machado: "Caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar". Foi assim, sem saber das dificuldades e até mesmo da
responsabilidade de ser educadora que, aos poucos fui me entregando aos braços
dessa Língua e me aventurando. De projeto em projeto, certo dia fui apresentada
por uma amiga à Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. Foi amor
à primeira vista!
noção da profundeza das palavras de Antônio Machado: "Caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar". Foi assim, sem saber das dificuldades e até mesmo da
responsabilidade de ser educadora que, aos poucos fui me entregando aos braços
dessa Língua e me aventurando. De projeto em projeto, certo dia fui apresentada
por uma amiga à Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. Foi amor
à primeira vista!
Entusiasmo – este era o substantivo capaz de expressar minha ânsia de iniciar mais
um ano letivo carregado de responsabilidades. Logo nos primeiros dias, informei aos
alunos sobre a importância de trabalhar com a Olimpíada de Língua Portuguesa. Uma
vez envolvidos, certo receio começou a tomar conta de mim; nunca havia me aprofundado
no gênero Artigo de Opinião. Era momento de ler e adquirir conhecimentos sobre tal gênero.
um ano letivo carregado de responsabilidades. Logo nos primeiros dias, informei aos
alunos sobre a importância de trabalhar com a Olimpíada de Língua Portuguesa. Uma
vez envolvidos, certo receio começou a tomar conta de mim; nunca havia me aprofundado
no gênero Artigo de Opinião. Era momento de ler e adquirir conhecimentos sobre tal gênero.
Desde que assumi a turma do 3º ano do Ensino Médio sabia que era uma turma participante
da avaliação do SIMAVE (Sistema Mineiro de Avaliação) e do ENEM (Exame Nacional do
Ensino Médio), o que reafirmou a certeza e a necessidade de me inscrever na Olimpíada.
Elaborei um PowerPoint correlacionando os Jogos Olímpicos e a Olimpíada de Língua Portuguesa.
Naquele instante estavam convocados os atletas. Trazer medalha e conquistar o pódio eram
só consequência do trabalho e da busca, algo inimaginável para uma treinadora principiante.
da avaliação do SIMAVE (Sistema Mineiro de Avaliação) e do ENEM (Exame Nacional do
Ensino Médio), o que reafirmou a certeza e a necessidade de me inscrever na Olimpíada.
Elaborei um PowerPoint correlacionando os Jogos Olímpicos e a Olimpíada de Língua Portuguesa.
Naquele instante estavam convocados os atletas. Trazer medalha e conquistar o pódio eram
só consequência do trabalho e da busca, algo inimaginável para uma treinadora principiante.
Lancei mão do DVD Mão e Giz, do Programa Escrevendo o Futuro e, como a cidade de
Samambaia do Leste se parece com diversos municípios desse Brasil afora, foi fácil identificar
características de nossa tão querida cidade! Depois, tomei muita atenção no Buscando sentido (
na página 32 do Caderno do ProfessorPontos de Vista): "Para ler um texto, não basta identificar
letras, sílabas e palavras; é preciso buscar o sentido, compreender, interpretar, relacionar e
reter o que for mais relevante". Assim, busquei ora a leitura oral feita por mim, ora pelos alunos,
e outras tantas disponíveis no CD-ROM. Foi interessante perceber a interpretação que cada leitor
fazia de um mesmo texto. E melhor ainda foi identificar que a Proposta Pedagógica da escola
estava nitidamente presente no trabalho. "Em termos muito gerais, as aulas de Português seriam
aulas para: falar, ouvir, ler e escrever textos em língua portuguesa, dentro de uma complexidade
gradativa, atentando o professor para o desenvolvimento já conseguido pelos alunos no domínio
de cada habilidade" (Irandé Antunes).
Samambaia do Leste se parece com diversos municípios desse Brasil afora, foi fácil identificar
características de nossa tão querida cidade! Depois, tomei muita atenção no Buscando sentido (
na página 32 do Caderno do ProfessorPontos de Vista): "Para ler um texto, não basta identificar
letras, sílabas e palavras; é preciso buscar o sentido, compreender, interpretar, relacionar e
reter o que for mais relevante". Assim, busquei ora a leitura oral feita por mim, ora pelos alunos,
e outras tantas disponíveis no CD-ROM. Foi interessante perceber a interpretação que cada leitor
fazia de um mesmo texto. E melhor ainda foi identificar que a Proposta Pedagógica da escola
estava nitidamente presente no trabalho. "Em termos muito gerais, as aulas de Português seriam
aulas para: falar, ouvir, ler e escrever textos em língua portuguesa, dentro de uma complexidade
gradativa, atentando o professor para o desenvolvimento já conseguido pelos alunos no domínio
de cada habilidade" (Irandé Antunes).
Estava tudo fluindo bem quando surgiu o tema "Eleições". Meu município possui cerca de 3.600
habitantes e todo mundo é conhecido. O período da Olimpíada coincidiu com a campanha eleitoral.
Fui mal interpretada por colegas que desconheciam a seriedade da proposta e julgavam que tudo
não passava de campanha. Vencida a barreira da ignorância alheia, foquei ainda mais no trabalho.
habitantes e todo mundo é conhecido. O período da Olimpíada coincidiu com a campanha eleitoral.
Fui mal interpretada por colegas que desconheciam a seriedade da proposta e julgavam que tudo
não passava de campanha. Vencida a barreira da ignorância alheia, foquei ainda mais no trabalho.
Um dos descritores trabalhados na Matriz de Referência do SIMAVE é distinguir fato de opinião.
O artigo "Internet e eleições" propiciou a oportunidade de trabalhar com esse descritor de maneira
prazerosa; os alunos participaram ativamente. Dentre as dificuldades da profissão, ainda estava,
para mim, a barreira de "aprender a brincar"; por isso não realizei o jogo Q.P. Brasil.
O artigo "Internet e eleições" propiciou a oportunidade de trabalhar com esse descritor de maneira
prazerosa; os alunos participaram ativamente. Dentre as dificuldades da profissão, ainda estava,
para mim, a barreira de "aprender a brincar"; por isso não realizei o jogo Q.P. Brasil.

Ao corrigir os textos e para não “ferir” ninguém, achei melhor fazer um
apanhado geral das dificuldades encontradas. Levei para a sala o texto
do aluno vencedor em 2010 no nosso município que tratava do mesmo
assunto. Os alunos conseguiram perceber o que estava faltando nos textos.
Ao repensar a prática, acho que acertei ao aprofundar a explicação sobre
os tipos de argumentos – aqui estava o grande segredo para o sucesso
da próxima produção.
A tabela de atividade da página 112 do Caderno do Professor Pontos de Vista):
foi aplicada com grande envolvimento; algumas dúvidas foram surgindo, mas aos poucos os alunos
entenderam como e onde colocar os articuladores. Nesse período, já havíamos realizado várias produções;
o único detalhe é que eram feitas sempre em duplas, pois percebi que só perdemos o medo quando
caminhamos por um período segurando a mão do outro. Eu explicava sempre ao grupo que o rascunho
era muito importante: "Para fazer uma frase de dez palavras são necessárias umas cem." (Millôr
Fernandes). E a cada dia eles trabalhavam com as palavras como se fossem ourives. A Revista Na
Ponta do Lápis nº 14 trouxe, na seção Desafio, "O que é adequado em cada situação de comunicação?".
Levei esse quebra-cabeça para a sala e a turma gostou muito. Foi meu primeiro jogo em classe
(acho que cresci!).
foi aplicada com grande envolvimento; algumas dúvidas foram surgindo, mas aos poucos os alunos
entenderam como e onde colocar os articuladores. Nesse período, já havíamos realizado várias produções;
o único detalhe é que eram feitas sempre em duplas, pois percebi que só perdemos o medo quando
caminhamos por um período segurando a mão do outro. Eu explicava sempre ao grupo que o rascunho
era muito importante: "Para fazer uma frase de dez palavras são necessárias umas cem." (Millôr
Fernandes). E a cada dia eles trabalhavam com as palavras como se fossem ourives. A Revista Na
Ponta do Lápis nº 14 trouxe, na seção Desafio, "O que é adequado em cada situação de comunicação?".
Levei esse quebra-cabeça para a sala e a turma gostou muito. Foi meu primeiro jogo em classe
(acho que cresci!).
Xeroquei e apresentei o texto "O lugar onde vivo" propondo sua reescrita. Sugeri que a atividade
fosse realizada em grupos e entreguei um parágrafo diferente para cada um. A turma lia e discutia
as possíveis modificações. Finalmente li o texto reescrito e os alunos puderam observar quão vasta
deve ser a alma de um escritor.
fosse realizada em grupos e entreguei um parágrafo diferente para cada um. A turma lia e discutia
as possíveis modificações. Finalmente li o texto reescrito e os alunos puderam observar quão vasta
deve ser a alma de um escritor.
Estava na etapa final. Busquei novos ensinamentos, desta vez, em de Bakhtin: "A palavra é uma espécie
de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim numa extremidade, na outra se
apoia sobre o meu interlocutor". E foi justamente o que precisava ser reforçado. Os alunos necessitavam
compreender que escrevemos para o outro.
de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim numa extremidade, na outra se
apoia sobre o meu interlocutor". E foi justamente o que precisava ser reforçado. Os alunos necessitavam
compreender que escrevemos para o outro.
Enfim, era chegado o grande dia! Parecia crucial que uma experiência vivenciada durante dois meses
fosse terminada. Deixei a turma à vontade para escrever sobre o assunto que dominava. Li as produções,
fiz algumas considerações e solicitei a reescrita. Enviei os textos finais para a comissão escolar na certeza
das palavras de Mário Quintana: "Democracia? É dar, a todos, o mesmo ponto de partida. Quanto ao
ponto de chegada, isso depende de cada um".
fosse terminada. Deixei a turma à vontade para escrever sobre o assunto que dominava. Li as produções,
fiz algumas considerações e solicitei a reescrita. Enviei os textos finais para a comissão escolar na certeza
das palavras de Mário Quintana: "Democracia? É dar, a todos, o mesmo ponto de partida. Quanto ao
ponto de chegada, isso depende de cada um".
Percebi que crescemos juntos, embora cada um tenha adquirido a altura de seus anseios e de suas
realizações. A flecha estava lançada; só me restava esperar, mas o principal era saber que uma de
minhas atletas ainda estava na competição.
realizações. A flecha estava lançada; só me restava esperar, mas o principal era saber que uma de
minhas atletas ainda estava na competição.
Surpresa! Um e-mail foi o portador da melhor notícia para a treinadora principiante. Sua atleta fora
classificada para a Etapa Regional. Uma medalha de bronze nos aguarda! Não precisamos de outras
posições no pódio. Minha pequena e adorável Santa Rita de Ibitipoca foi cenário nesta Olimpíada, e
me orgulho de ajudá-la a escrever parte de sua história. "Com a roupa encharcada e a alma repleta
de chão" sigo agora minha jornada com a certeza de que "não me canso de viver" em busca de novas
aventuras.
classificada para a Etapa Regional. Uma medalha de bronze nos aguarda! Não precisamos de outras
posições no pódio. Minha pequena e adorável Santa Rita de Ibitipoca foi cenário nesta Olimpíada, e
me orgulho de ajudá-la a escrever parte de sua história. "Com a roupa encharcada e a alma repleta
de chão" sigo agora minha jornada com a certeza de que "não me canso de viver" em busca de novas
aventuras.
Quanta emoção! Que felicidade!
Um ano de grande sucesso e de realizações ímpares...
Enfim, vitórias são frutos de grandes batalhas...
Parabéns a todos os vencedores.
Àqueles que não receberam títulos, saibam que são importantíssimos para o processo. Os títulos são consequências; mas as ações, o comprometimento fizeram a diferença.

Confira os vídeos da Olimpíada...
Olá pessoal,
Até que enfim saiu a lista de classificação do gênero "Artigo de Opinião". Estamos na expectativa da viagem e de aperfeiçoamento da prática. Sem dúvida serão dias de profundas reflexões. Veja a lista dos 125 semifinalistas de cada categoria.
- Semifinalistas de Crônica
- Semifinalistas de Memórias Literárias
- Semifinalistas de Poema
- Semifinalistas de Artigo de Opinião
Quanta emoção! No mês de outubro, mês do professor ganhamos um presente enorme. Veja:
Olá,
Vimos informar que um texto produzido na sua escola foi selecionado para participar da etapa regional da 3ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro.
Veja abaixo as informações sobre o texto classificado:
TÍTULO DO TEXTO: A luz do progresso |
CATEGORIA: Artigo de opinião |
ALUNO(A) AUTOR(A): Ana Clara Carvalho Tourinho |
PROFESSOR(A): Juraci Guilarducci Chagas |
DIRETOR(A): Maria Rita Guimarães |
ESCOLA: EE ZEQUINHA DE PAULA |
MUNICÍPIO/UF: Santa Rita de Ibitipoca/MG |
Enviamos os nossos cumprimentos ao(à) aluno(a), professor(a) e diretor(a).
O texto foi analisado pelas Comissões Julgadoras Escolar, Municipal e Estadual. Depois de passar por todas essas etapas, foi selecionado como um dos 500 semifinalistas da Olimpíada em todo o Brasil. Parabéns pelo trabalho realizado!
No mês de novembro, alunos e professores semifinalistas participarão de oficinas de escrita. Em breve, entraremos em contato com mais informações.
Acompanhe as notícias da Olimpíada pela Comunidade Virtual (www.escrevendoofuturo.org.br).
Em caso de dúvida, entre em contato com nossa Central de Atendimento: 0800 771 9310.
Agradecemos pela participação e desejamos boa sorte!
Equipe da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro
Parabéns, Ana Clara!!!
O texto foi analisado pelas Comissões Julgadoras Escolar, Municipal e Estadual. Depois de passar por todas essas etapas, foi selecionado como um dos 500 semifinalistas da Olimpíada em todo o Brasil. Parabéns pelo trabalho realizado!
No mês de novembro, alunos e professores semifinalistas participarão de oficinas de escrita. Em breve, entraremos em contato com mais informações.
Acompanhe as notícias da Olimpíada pela Comunidade Virtual (www.escrevendoofuturo.org.br).
Em caso de dúvida, entre em contato com nossa Central de Atendimento: 0800 771 9310.
Agradecemos pela participação e desejamos boa sorte!
Equipe da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro
Parabéns, Ana Clara!!!
Parabéns!
Gênero - Crônica - 2º lugar na E. E. "Zequinha de Paula"
A polêmica dos sapos
Todas as cidades têm ruas, não é verdade? Mas depois de ler esta crônica, caro leitor, perceberá que as ruas de Santa Rita de Ibitipoca, são especiais, pois atrás das normalidades dos nomes estão os apelidos. Esses apelidos, por vezes, são inusitados, tais como: Cabeleira, Beco das Flores ( ou dos Cachorros), Biquinha, Palhada, Sapo... Com o tempo certamente surgirão outros.
De todos os apelidos, a Rua do Sapo chama a tenção. O que você pensa sobre este nome? Naturalmente recorda dos sapos. Sempre fui intrigada com este nome e acabei criando uma teoria para a origem dele.
Sapos, para nós humanos, são espécies insignificantes e nojentas, tendo como serventia assustar as mulheres e experiências científicas. Cansado das exclusões dos homens - Sapolino Cristóvão - um sapo intelectual, resolveu lutar pelos seus direitos e a igualdade de sua espécie.
Muitos estão a perguntar; Sapolino fala? Mais do que isso. É um ser de atitudes convincentes. Certo dia, convocou todos sapos e expôs suas ideias.
Não ficou registrada nenhuma dúvida ou oposição. Os sapos reunidos subiram e invadiram a cidade. Foi um tumulto! Sapos pulando, pessoas gritando. O "General Mosca" reuniu as pessoas. Sapolino subiu em uma cadeira e começou a ditar suas regras. Os sapos deveriam ter os mesmos direitos que os humanos. Precisavam ir à escola, conviver em sociedade, possuir um criadouro especial de moscas para uma alimentação mais saudável e times de futebol.
A população estava refém dos sapos. Mas o General Mosca entrou em ação e instruiu os humanos. Enquanto todos dormiam, pegaram vassouras e expulsaram os sapos. Não houve como revidar. Foram para o brejo com o aviso de que qualquer nova traquinagem seriam exterminados. A derrota levou Sapolino a se mudar definitivamente, sem deixar qualquer indício de sua nova moradia. Os sapos desolados e desamparados não lutaram mais contra os homens. Atualmente só sobem quando chove.
É uma ótima teoria para a história desta rua. Certamente, os humanos colocaram "Rua do Sapo" homenageando seus antepassados pela ousadia de guerrear contra sua espécie. A luta foi vã, mas eternizou pelo codinome.
Bruna - 9º ano
Gênero – Artigo de Opinião - 2º lugar na E. E. "Zequinha de Paula"
Sujeira - até quando?
Debaixo do tapete. Esse era o lugar para o qual minha preguiçosa tia Neide varria a sujeira da casa. Quando tinha sete anos fui morar com ela para poder estudar, já que ela morava na cidade meus pais disseram que era mais fácil, pois morávamos no campo.
Santa Rita de Ibitipoca também vem acumulando suas sujeiras sob o tapete, e isso já não é de hoje. Nossa cidade está evitando ao máximo bater de frente com os problemas - e o mais recente é o lixo. Não se pode deixar de lado um problema tão grande e, com certeza, será impossível jogá-lo, a vida inteira, em latões velhos.
Nosso município até hoje não conta com a coleta seletiva - que é de suma importância e ocorre nas cidades vizinhas. Todo lixo é jogado diariamente num caminhão e levado para o lixão, o qual daqui a algum tempo estará excessivamente lotado e aí outro lixão será utilizado, depois outro, e outro...O motorista, em sua ação rotineira, nem percebe que aquele monte de entulho traz consigo uma série de problemas para o ambiente, mas o tal funcionário só quer o seu dinheiro no final do mês e não tem tempo para se preocupar com o lugar onde vive.
Com usina de reciclagem também não contamos, e este é outro problema. Uma usina traria benefícios para a cidade, pois muitos materiais seriam reciclados diminuiria muito a quantidade de lixo e, além disso, poderia ser uma fonte de renda.
Mas a usina só não reciclaria a mente dos moradores. Muitos ainda têm a audácia - por uma questão de respeito optei por não escrever "estupidez" - de dizer que lixo, por não ter utilidade, pode ser jogado em qualquer lugar, ou melhor, que lixo é para ser jogado em qualquer lugar. Outras pessoas reforçam, dizendo que não se preocupam com coleta seletiva, que isso não faz diferença e é perda de tempo. Por fim, há aqueles que dizem - e essa é a declaração mais absurda - que nossa cidade não tem condições de construir uma usina de reciclagem. Será? os nossos governantes se preocupam com tanta coisa sem utilidade e são tantas as suas mazelas, que chego a acreditar que é possível sim, construir uma dessas em nossas cidade. A verdade é que muitas pessoas nem se preocupam e é por esse fato que o nosso ambiente e as gerações futuras irão sofrer, pelo desinteresse dos moradores e dos governantes - que também são moradores.
Lixo! Esse é o valor que vários habitantes têm, por ignorar um problema que podemos resolver. Precisamos de, além de coleta seletiva e reciclagem, consciência e força de vontade para melhorar nosso meio. Não podemos fazer como minha tia Neide, esconder a sujeira debaixo do tapete, pois vai chegar uma hora em que o tapete estará tão imundo que a sujeira não poderá mais ser escondida.
Émerson - 3º ano 2
Parabéns, meninas!
Gênero - Crônica vencedora na E. E. "Zequinha de Paula"
A trilha sonora
Toda cidade se assustou ao ouvir o soar do sino. Era exatamente nove horas e em todas as ruasse escutavam as dez badalas.Ninguém sabia ao certo o que aconteceu, se aqueles fortes sons eram um chamado para a celebração ou um aviso de falecimento (é assim que nos comunicamos neste recanto mineiro).
Na praça central, símbolo da cidade onde todos se reúnem, só se juntavam mais pessoas, toda a comunidade parou seus afazes para ir averiguaro que estava acontecendo.
Na escola “Zequinha de Paula”, a turma do 9º ano, ao ouvir aquelas badaladas, notouque alguma coisa estava errada. Nunca escutamosbatidas tão fortes. Resolvemoscaminhar até a frente da igreja, juntamente com a professora de português,a qual procurou nos corredores do colégio alguma explicação para o ocorrido,mas não conseguiu nenhuma informação.
Chegando à praça encontramosuma multidão;toda cidade se apavoroucom medo do que poderia ter acontecido; pois não conseguimos distinguir estes sons. Cada um com uma opinião sobre o assunto; na igreja,no banco direito dois jovens diziam que quem tocou o sino foi a alma do falecido padre revoltado com a falta de cristãos. Já no lado esquerdo onde belas moças descansavam , palpites também não faltavam.
A professora ansiosa foi logo procurar o padre da paróquia, o qual também de nada sabia e foi logo esclarecendo que a missa na quinta feira é à noite e quepara encomendar algum corpo ninguém havia lhe chamado.Foi com esta declaração que mais falatórios começaram a surgir...
Depois de horas de averiguações, inclusivedepois dos policiais municipais chegarem ao local, um senhor culto,bem vestido se aproximou e questionou o alvoroço. O padre lhe explicou toda história, e neste momento, o visitante deu uma risada e disse:
-Meu reverendíssimo sacerdote, desculpe-me, acho que tudo isso é minha culpa.Eu e minha equipe estávamos na região – um lugar lindíssimo por sinal – e resolvemos parar para fazer algumas filmagens. Ouvimos dizer queo senhor reformou a matriz e trocou os sinos, apenas tivemos curiosidade de observar se estes lindos e doces sons não poderiam servir de inspiração para a trilha sonora do nosso filme.
Neste instante, todos ficaram surpresose sem saber o que fazer. Percebemosestar totalmente errados. Foi aí que concluímos: os sinos podem ser badalados por motivos diversos aos que costumeiramente ouvimos.
Após tantas confusões as coisas voltaram ao normal.A comunidade se acalmou e aos poucos a praça ia se esvaziando.
Ahhh!... e a turma do 9º ano,onde se encontravam os mais curiosos e aflitos para desvendar o mistério , voltou para a sala de aula e continuou a escrever suas crônicas, inspirados nestas dez badalas.
9º ano – Letícia Kelly de Andrade Fonseca
Gênero – Artigo de Opinião vencedor na E. E. "Zequinha de Paula"
A luz do progresso
Vivemos no apogeu da globalização,num mundo cada vez mais conectado e integrado ao universo digital, onde informações circulam de forma acelerada e o uso das tecnologias é cada vez mais difundido e indispensável. Está claro, que viver sem energia elétrica no mundo atual, é quase impossível.
Entretanto este é um grave problema da minhaSanta Rita de Ibitipoca, pequena cidade do interior de Minas Gerais com aproximadamente 3500 habitantes. Ora ou outra os moradores revivem o passado, se vêem no tempo da luz de velas onde todos se reúnem para conversar, ouvir histórias...
Esta situação gera muita discussão, afinal as quedas de energia são incertas e constantes causando muito transtorno aos Santarritenses. Penso que é um absurdo, poisem pleno século XXI, uma cidade ficar sem luzcompromete eventos, festas, prestação de serviços, além de impedir a comunicação.
No entanto, há quem pense que este tempo faz com que paremos para fazer coisas que o ritmo da vida moderna nos impede. São nesses instantes que os antigos “causos” começam a aparecernas rodas familiares.Também reforçam seus argumentosafirmando que assim não nos tornamos tão dependentes das tecnologias.
Como tantos outros, acho que não devemos ver nisto argumento a nos impedir de buscar as soluções cabíveis. Afinal, é dever de todos lutar junto à políticas públicas e à companhia de distribuição pelos nossos direitos para não nos deixar excluídos do mundo globalizado.Juscelino Kubtschek aoformaliza seu desejo de centralizar o setor de energia do Estado com a criação da Cemig e viver - mais tarde – a plenitude de seus “cinquenta anos em cinco”sentiria estagnar-se ao ver uma realidade tão aquém de seus anseios. Afinal, uma empresa que carrega como slogan “ A melhor energia do Brasil” não deveria admitir se tornar assunto polêmico em uma cidade interiorana como a minha.
Enfim, Santa Rita é uma cidade rica em belezas naturais e busca no turismo alcançar o progresso, portanto não pode deixar que a falta de energia ofusque seu brilho.
Já estamos trabalhando com os alunos este assunto. Esta semana caminharemos mais de perto com o material que conseguimos emprestado.
Aqui você poderá ter mais informações sobre as Olimpíadas de Língua Portuguesa:
Em breve divulgaremos alguns trabalhos na página que abriremos.
Na turma do 9º ano será aplicado o planejamento que está no blog: www.computajura.blogspot.com.
Visite-o.
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